A criação de uma cultura de acolhimento envolve o conhecimento e a percepção do que se entende por acolhimento. A literatura apresenta diversos conceitos e interpretações sobre o tema, sendo sua maior apreensão, voltada para a área de saúde, clínica ou mental.

O acolhimento está relacionado à aproximação, à “estar com”, “estar perto”, à inclusão. A ação de acolher pode ser entendida como
qualquer manifestação que proporcione ao “acolhido”, a sensação de aceitação, bem estar e sobretudo, a oportunidade de se posicionar frente à uma demanda; seja ela individual ou coletiva.

Na adoção desta compreensão, a Diretoria Adjunta de Gestão de Pessoas, cria o Programa Cultura de Acolhimento da COPPE, que tem
como proposta desenvolver um conjunto de ações, por meio de projetos, que ampliem a esfera de acolhimento no ambiente institucional.

Nesta direção, a criação do Núcleo Psicossocial Acolhe COPPE se estruturou de modo a oferecer acolhimento psicossocial inicialmente de forma remota, como determinou as condições de isolamento social governamentais da época.

O acirramento das condições de isolamento e adoecimento devido à pandemia da COVID-19, mobilizou a percepção pela necessidade de rever e ampliar o processo acolhimento até então oferecido.

As atividades de trabalho desenvolvidas de forma remota e a interação com chefia e membros da equipe de forma virtual trouxeram mudanças para as emoções dos ambientes laboral e acadêmico. Condições de solidão, dificuldade e incapacidade de interatividade e adaptação com as novas tecnologias, mostrou que a necessidade de recuperar a incrementar o acolhimento institucional.

Desta forma, a ampliação do entendimento de que a da prática de acolhimento, não está restrita aos profissionais de saúde (assistentes sociais, psicólogas) ou aos profissionais de recursos humanos; como administradores, pedagogos entre outros é urgente, pois a mesma se constitui em uma postura comprometida com valores da ética, do respeito, da transparência, da efetividade e sobretudo, com foco na necessidade dos usuários.

Entender que as transformações de convívio social impostas pela COVID-19 aos relacionamentos, ao trabalho, às formas de nos cuidar e dos nossos espaços, modificou tudo ao nosso redor e vieram para ficar, afirma a concepção de que instituir uma cultura de acolhimento representa a humanização das relações sob os princípios de protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos usuários, sendo eles sujeito ou coletivo.